sábado, 6 de outubro de 2012

Dica de Livro: Garotas de Vidro



Eu sou o tipo de pessoa que compra o livro pela capa. Fato!
Algum tempo atrás, quando eu e o Luiz estávamos no shopping, me deparei com a capa desse livro e a achei tão bonita que resolvi descobri do que se tratava.

O livro conta a história de Lia, uma garota de 18 anos que sofre de anorexia. Além de ter uma visão completamente distorcida sobre si mesma, sua melhor amiga também tem transtornos alimentares e psicológicos e, pior, morre por conta deles.

Como a própria contra-capa do livro diz, "Garotas de Vidro é uma história intoxicante sobre a autorrepugnância e a busca pela identidade. Neste livro, Laurie Halse Anderson aborda de modo realista a dolorosa condição de jovens que sofrem de transtornos alimentares e sua complicada relação com o espelho e consigo mesmos."




O que mais me impressionou nesse livro foi a maestria com a qual a autora consegue descrever o que se passa na cabeça de quem sofre com esse tipo de problema. Para quem não sabe, durante alguns anos eu passei por essa situação e fiquei até assustada ao perceber que o que eu pensava, sentia e fazia é compartilhado por outras pessoas que vivem ou já viveram essa realidade. Quem quiser saber um pouco mais sobre minha experiência, pode ler o post que fiz aqui.
"Escute os sussurros que se enrolam na sua cabeça à noite, te chamando de feia e gorda e vaca e biscate e o pior de tudo: 'uma decepção'. Vomite e passe fome e se corte e beba porque você não quer sentir nada disso. Vomite e passe fome e se corte e beba porque você precisa de um anestésico, e funciona. Por um tempo. Mas então o anestésico vira veneno e a essas alturas é tarde demais porque você está seguindo essa estrada diretamente para a sua alma. Você está apodrecendo e não consegue parar."
Além desse, existem outros trechos do livro que eu poderia escrever aqui, pois falam profundamente comigo em razão da similaridade com o que eu pensava, sentia e passava. Entre os principais sintomas que a  personagem apresenta, destaco aqueles que experimentei : o frio intenso (devido à perda de peso), o cansaço e a incapacidade de distinguir o real do imaginário. Eu não estava ficando louca, mas vivia tão cansada que, até hoje, quando lembro daqueles anos, tenho dificuldade de distinguir o que eu vivi de fato do que apenas sonhei.

Eu realmente indico esse livro, não apenas para as pessoas que sofrem desse mal, mas, principalmente, para quem nunca nem conviveu com alguém com transtornos alimentares. Antes que você saia dizendo que isso não passa de frescura, pense melhor! Posso te garantir que isso é uma doença de difícil tratamento, com a qual eu e outras milhares de pessoas temos que lutar diariamente.

Tchüss

Nenhum comentário:

Postar um comentário